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Alvaro García de Zúñiga oferece-nos, em estreia absoluta, uma peça onde nos mostra não haver nada dentro das frases que os políticos, julgando dizer alguma coisa, pronunciam todos os dias nessas arenas discursivas que dão pelo nome de conferências de imprensa. Interrompidas a meio ou repetidas indefinidamente, vão dar sempre ao mesmo: à evidência de que as palavras, no comércio mediático, não são mais do que meros instrumentos de dominação.  
 
Alvaro García de Zúñiga oferece-nos, em estreia absoluta, uma peça onde nos mostra não haver nada dentro das frases que os políticos, julgando dizer alguma coisa, pronunciam todos os dias nessas arenas discursivas que dão pelo nome de conferências de imprensa. Interrompidas a meio ou repetidas indefinidamente, vão dar sempre ao mesmo: à evidência de que as palavras, no comércio mediático, não são mais do que meros instrumentos de dominação.  
  
Em Conferência de Imprensa não existem personagens, nem intriga, apenas um círculo vicioso onde a linguagem não é mais do que um delírio sistemático, uma coreografia endiabrada de frases feitas que põem a nu o vazio insustentável do pensamento. Um tratado de patologia linguística interpretado por um dos mais destacados actores franceses da actualidade, William Nadylam, corpo que encarna a irrisão dos discursos do poder, a sua incongruência, a sua estupidez.  
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Em Conferência de Imprensa não existem personagens, nem intriga, apenas um círculo vicioso onde a linguagem não é mais do que um delírio sistemático, uma coreografia endiabrada de frases feitas que põem a nu o vazio insustentável do pensamento. Um tratado de patologia linguística interpretado por um dos mais destacados actores franceses da actualidade, [[William Nadylam]], corpo que encarna a irrisão dos discursos do poder, a sua incongruência, a sua estupidez.  
  
Zúñiga – poeta de nacionalidade incerta (nasceu no Uruguai, vive e trabalha em Portugal), cultor de linguagens elásticas e refractárias às normas – associa-se ao artista plástico João Louro para juntos construírem um muito paródico contentor cénico, inofensivo na aparência, mas onde é possível, nas palavras exactas de Karl Kraus, “aprender a ver os abismos onde existem os lugares-comuns”.
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Zúñiga – poeta de nacionalidade incerta (nasceu no Uruguai, vive e trabalha em Portugal), cultor de linguagens elásticas e refractárias às normas – associa-se ao artista plástico [[João Louro]] para juntos construírem um muito paródico contentor cénico, inofensivo na aparência, mas onde é possível, nas palavras exactas de Karl Kraus, “aprender a ver os abismos onde existem os lugares-comuns”.
  
 
Conferência de Imprensa
 
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interpretação - William Nadylam, com Alínea B. Issilva
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duração aproximada - 1h00
 
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Revisão das 10h34min de 16 de Dezembro de 2007


Recortes de Imprensa


Conferência de Imprensa no Teatro Municipal de Almada  » #Teatro »

Publicado em: 06/12/2007 14:12

Teatro Nacional de S. João no TMA


Nos próximos dias 14 (6ªfeira às 21h30), 15 (Sábado às 21h30) e 16 de Dezembro (Domingo às 16h00) a Sala Experimental do Teatro Municipal de Almada recebe a produção do Teatro Nacional de S. João, do Porto, Conferência de imprensa, de Alvaro Garcia de Zúñiga, com interpretação de William Nadylam (o protagonista da versão de Peter Brook de La tragédie d’Hamlet, de Shakespeare) e Alínea B. Issilva.


SINOPSE

Toda a conferência de imprensa tem por objectivo dar a conhecer informações precisas sobre um determinado assunto. Resta definir o que entendemos por “precisas”, “informação”, “dar”, “determinado” e “objectivo”. Mais precisamente: com que objectivo um determinado sujeito dá informações?


Alvaro García de Zúñiga

Alvaro García de Zúñiga oferece-nos, em estreia absoluta, uma peça onde nos mostra não haver nada dentro das frases que os políticos, julgando dizer alguma coisa, pronunciam todos os dias nessas arenas discursivas que dão pelo nome de conferências de imprensa. Interrompidas a meio ou repetidas indefinidamente, vão dar sempre ao mesmo: à evidência de que as palavras, no comércio mediático, não são mais do que meros instrumentos de dominação.

Em Conferência de Imprensa não existem personagens, nem intriga, apenas um círculo vicioso onde a linguagem não é mais do que um delírio sistemático, uma coreografia endiabrada de frases feitas que põem a nu o vazio insustentável do pensamento. Um tratado de patologia linguística interpretado por um dos mais destacados actores franceses da actualidade, William Nadylam, corpo que encarna a irrisão dos discursos do poder, a sua incongruência, a sua estupidez.

Zúñiga – poeta de nacionalidade incerta (nasceu no Uruguai, vive e trabalha em Portugal), cultor de linguagens elásticas e refractárias às normas – associa-se ao artista plástico João Louro para juntos construírem um muito paródico contentor cénico, inofensivo na aparência, mas onde é possível, nas palavras exactas de Karl Kraus, “aprender a ver os abismos onde existem os lugares-comuns”.

Conferência de Imprensa

de Alvaro García de Zúñiga

tradução - José Gabriel Flores

encenação - Alvaro García de Zúñiga

espaço cénico - João Louro

desenho de luz - Emanuel Pina

som - José Fernando Almeida

interpretação - William Nadylam, com Alínea B. Issilva

duração aproximada - 1h00

classificação etária - Maiores de 12 anos

Espectáculo em língua inglesa, com tradução simultânea em português


Bilheteira: Bilhetes entre os cinco e os onze euros.

Reservas através do telefone 212739360. (levantamento dos bilhetes até 1/2hora antes do início do espectáculo)

Fonte: Teatro Municipal de Almada Newsletter

Paula


recortes de imprensa

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