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+ | <div class=direita>''Las manías te afirman. hacer la maleta, el día que te cortas el pelo, las uñas, el lado por el que te vistes, la pierna con que te levantas, el color de ciertos vestidos, el orden en que llegas, el orden en que sales al ruedo, el no pisar la raya del tercio, guardar cosas raras… Conservar y respetar las manías es una forma de no dejar crecer el miedo, de protegerse de las incógnitas. | ||
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+ | in “José M. A. Joselito”, de María José García</div> | ||
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+ | Todos conhecemos a fama de “peça negra” desta obra. O nosso D. Maria II incendiou-se enquanto era representada. Peter Brook não só não a nomeia nunca, como até nega alguma vez tê-la lido e muda de tema quando alguém fala do assunto. | ||
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+ | É que as superstições no teatro são mais que uma tradição: Em França, por exemplo, ninguém se veste de verde ao subir ao palco. Molière morreu vestido dessa cor (e representando o Malade Imaginaire !), mas diz-se que não é por isso... Pareceria ser porque o tipo de pigmento com o qual se obtinha o verde era “venenoso”, tinha qualquer coisa de tóxico. Curiosamente em Espanha a cor a evitar é o amarelo, e em Itália o roxo, vá-se lá saber porquê... Voltando a França: nesse país, não se pode esquecer que quando se sobe ao palco não se devem dizer palavras como “corda” ou “fio” ou nada desse estilo! Diz-se que é porque os maquinistas eram antigos marinheiros e que, no alto mar, não se diz “corda”, ou “fio”, ou nada que se pareça, porque corda é a que se usa para enforcar. E, esteja-se onde se estiver, nunca se come no palco. | ||
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+ | A ideia de nos atacarmos a uma encenação “da peça maldita” a partir deste fenómeno foi o resultado de um dia ter perguntado ao António Feijó como avançava a tradução. Brincando, a coisa foi-se imaginando assim, com algumas das coisas que poderiam acontecer nesta versão. Actores vestidos de verde, amarelo e roxo que, claro não se sentem lá muito confortáveis com a situação. Haverá seguramente quem faça questão de “começar com o pé direito”, mas claro, mesmo assim, nada poderá garantir que este ou aquele não se esqueçam o texto... até um principio de incêndio poderia vir a ser possível nesta peça! Por sorte há sempre o bombeiro ((in)voluntário?) de serviço. | ||
+ | As manchas de sangue da coitada da Lady não serão fáceis de tirar. Mesmo recorrendo aos esforços da maquilhadora e da equipa de assistentes. Mais para o fim da peça, o seu marido, no exacto momento em que está prestes a ganhar o duelo final com o Macduff, morre acidentalmente, quando uma árvore da floresta de Dunsinane, quer dizer, da cenografia duma outra peça, cai sobre a sua cabeça. Má sorte. No ardor do combate o coitado do jovem, inexperiente e patético, sem querer, corta uma das “cordas” (já dizia eu que “corda” dá azar!) que segurava o tronco atado às vigas. E terrivelmente confuso, contará que ficou assim desastrado porque está amaldiçoado devido ao facto de a sua mãe ter morrido antes dele nascer, durante o trabalho do parto. Não, se não é bruxedo... | ||
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Edição actual desde as 18h20min de 22 de Setembro de 2013
Macb... e...Th...e Scottish Play
uma produção do Ensemble - sociedade de Atores
Joselito
in “José M. A. Joselito”, de María José García
Foi em conversa com António Feijó que nasceu a ideia de levar ao palco uma versão de Macbeth, perdão, da peça escocesa de Shakespeare baseada num trabalho sobre as superstições teatrais. É uma maneira de matar dois pássaros de uma pedra só.
Todos conhecemos a fama de “peça negra” desta obra. O nosso D. Maria II incendiou-se enquanto era representada. Peter Brook não só não a nomeia nunca, como até nega alguma vez tê-la lido e muda de tema quando alguém fala do assunto.
É que as superstições no teatro são mais que uma tradição: Em França, por exemplo, ninguém se veste de verde ao subir ao palco. Molière morreu vestido dessa cor (e representando o Malade Imaginaire !), mas diz-se que não é por isso... Pareceria ser porque o tipo de pigmento com o qual se obtinha o verde era “venenoso”, tinha qualquer coisa de tóxico. Curiosamente em Espanha a cor a evitar é o amarelo, e em Itália o roxo, vá-se lá saber porquê... Voltando a França: nesse país, não se pode esquecer que quando se sobe ao palco não se devem dizer palavras como “corda” ou “fio” ou nada desse estilo! Diz-se que é porque os maquinistas eram antigos marinheiros e que, no alto mar, não se diz “corda”, ou “fio”, ou nada que se pareça, porque corda é a que se usa para enforcar. E, esteja-se onde se estiver, nunca se come no palco.
A ideia de nos atacarmos a uma encenação “da peça maldita” a partir deste fenómeno foi o resultado de um dia ter perguntado ao António Feijó como avançava a tradução. Brincando, a coisa foi-se imaginando assim, com algumas das coisas que poderiam acontecer nesta versão. Actores vestidos de verde, amarelo e roxo que, claro não se sentem lá muito confortáveis com a situação. Haverá seguramente quem faça questão de “começar com o pé direito”, mas claro, mesmo assim, nada poderá garantir que este ou aquele não se esqueçam o texto... até um principio de incêndio poderia vir a ser possível nesta peça! Por sorte há sempre o bombeiro ((in)voluntário?) de serviço.
As manchas de sangue da coitada da Lady não serão fáceis de tirar. Mesmo recorrendo aos esforços da maquilhadora e da equipa de assistentes. Mais para o fim da peça, o seu marido, no exacto momento em que está prestes a ganhar o duelo final com o Macduff, morre acidentalmente, quando uma árvore da floresta de Dunsinane, quer dizer, da cenografia duma outra peça, cai sobre a sua cabeça. Má sorte. No ardor do combate o coitado do jovem, inexperiente e patético, sem querer, corta uma das “cordas” (já dizia eu que “corda” dá azar!) que segurava o tronco atado às vigas. E terrivelmente confuso, contará que ficou assim desastrado porque está amaldiçoado devido ao facto de a sua mãe ter morrido antes dele nascer, durante o trabalho do parto. Não, se não é bruxedo...
Agora vamos ver se conseguimos fazer tudo isto sem que ninguém se magoe...
13 de Abril (Beckett’s day)
Mais sobre Macb... e...Th...e Scottish Play:
The scottish play e a superstição
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