Manuel Pedro Nunes


O barítono Manuel Pedro Nunes nasceu no Barreiro e iniciou os seus estudos na Academia de Amadores de Música com a professora Albertina Xavier. Concluído o Curso Geral, ingressou na classe da professora Joana Silva, tendo concluído o Curso Superior de Canto do Conservatório de Lisboa com a máxima classificação. Prosseguiu os seus estudos no Mozarteum, em Salzburgo, sob a égide do professor Rudolf Knoll, como bolseiro do Ministério da Cultura e da Fundação Luso-Americana. Trabalhou com a professora Vera Rozsa em Londres, durante amplos períodos, como bolseiro do IPAE e da AB-FLAD. Trabalhou ainda com o professor Ralf Döring, catedrático da Hochschule de Viena e frequentou master classes com professores como Elizabeth Grümmer e Hugo Diez ( em Salzburgo), Sena Jurinac (em Viena), Kurt Equiluz (por duas vezes em Lisboa), Eberhardt Wächter (Salzburgo) e José van Dam (Bruxelas), sempre com cartas de louvor e de recomendação. Foi premiado nos concursos do Porto e de Tomar, representou Portugal no Concurso de Viña del Mar no Chile, tendo sido selecionado a nível mundial para o efeito e foi patrocinado pela RDP-Antena2 para representar Portugal no BBC World Contest em Cardiff. Foi presidente da direção da Associação de Bolseiros da FLAD e tem desenvolvido atividade como conferencista nesta instituição e na Faculdade de Letras de Lisboa. Criou e preside à Associação “Amar as Artes”. Cursou também Engenharia Química (que é a sua formação académica de base) e frequentou Filologia Clássica e Matemáticas, tendo ainda ampliado os seus conhecimentos linguísticos, dominando oito idiomas. Regressou à Escola Superior de Música de Lisboa, para concluir a nova licenciatura, de novo com a classificação máxima. Concluiu depois o Mestrado em Artes Musicais (“Lied” e Oratória) na Universidade Nova de Lisboa, igualmente com a máxima classificação. Como concertista tem feito recitais para a RDP, para a Fundação Gulbenkian, para várias autarquias, para a Universidade de Aveiro, para o Instituto Franco-Português, para o Palácio de Fronteira e para o Palácio Foz, e para a FLAD, tendo apresentado em estreia em Portugal as "Ten Old American Folk Songs" de Copland. Apresentou também na EXPO 98 um recital de ópera no Dia de Portugal. Participou em projetos de divulgação da música erudita junto do público infantil, em particular nos espetáculos "Música para Pais e Filhos" no Centro Cultural de Belém e no Teatro Maria Matos. Em Salzburgo, ainda estudante, apresentou-se em recitais no Mozarteum e participou na oficina de Composição do compositor Alfred Schnittke, apresentando obras inéditas de jovens compositores europeus. Tem atuado muitas vezes como solista de concerto com a OSJ, nas Missas de Schubert em Sol Maior e Lá Bemol Maior, na Missa em Dó Menor de Mozart e em "A Criação" de Haydn. Participou nas homenagens ao compositor Tomás del Negro e ao cantor Tomás Alcaide. Cantou depois o "Stabat Mater" de Rossini também com a OSJ e participou na Gala Verdiana na Aula Magna da Reitoria de Lisboa, interpretando o Quarteto de “Rigoletto” e a ária do Conde de Luna de “O Trovador”. A sua estreia operática deu-se no teatro da Trindade no papel de Conde Almaviva em "As Bodas de Fígaro" de Mozart, numa produção de grande sucesso. Estreou-se depois no protagonista de "Rigoletto" de Verdi, no Teatro Camões. Integrou o elenco do espetáculo "Viva Verdi", com excertos do "Otello", "Rigoletto", "Trovador", "Traviata" e "Força do Destino". Cantou no Palácio Foz a integral dos ciclos de Schubert, que já apresentara em Setúbal, e fez o “Messias” de Händel e as “Valsas” de Brahms com a Orquestra de Cascais, seguindo-se concertos de árias de Ópera com a Orquestra do Norte e a “Petite Messe Solennelle” de Rossini. Participou depois em récitas do “Don Giovanni” de Mozart , cantando o protagonista e também o papel de Leporello, bem como da “Cosí fan tutte”, cantando o papel de Don Alfonso. Tem-se apresentado múltiplas vezes em concerto nos Palácios de Queluz, de Fronteira e da Ajuda, nos Jerónimos, nas Universidades do Minho e Nova de Lisboa, sendo de destacar a interpretação do ciclo “Die schöne Magelone” de Brahms e do “Italienisches Liederbuch” de Wolf, a que se seguirá em breve o “Spanisches Liederbuch”. A estreia internacional ocorreu em França, tendo cantado “Les nuits d’été” de Berlioz em Marmande, seguindo-se a estreia americana cantando o Sumo-sacerdote de “Sansão e Dalila” de Saint-Saëns, em Minneapolis. Cantou depois em Paris, onde regressará como cantor e conferencista em breve. Trabalhou com os maestros Christopher Bochmann, Leonardo de Barros, Roberto Pérez, Fernando Fontes, António Lourenço, Ferreira Lobo, Nikolay Lalov, Manuel Ivo Cruz, Manuel Teixeira e Gaetano Collajanni; apresentou-se em recital com os pianistas Fernando Fontes, José Bon de Sousa, Francisco Sassetti, Nicholas McNair, Luísa da Gama Santos, Vera Prokic, Lucien Luc, Ian Mirtumnikov, Françoise Billoire, Armando Vidal e Paule Grimaldi, com quem vem trabalhando numa base regular de há alguns anos a esta parte. O seu repertório integra as principais obras concertísticas para a sua voz de barítono lírico, bem como os principais papéis das óperas italiana, francesa, alemã e russa para o seu tipo de voz, além de um número assinalável de "Lieder" e de "Mélodies" das mais variadas literaturas musicais. Os seus projetos futuros incluem a gravação de um disco de repertório português e outro de repertório internacional, bem como a ampliação do seu repertório operático, com o estudo de papéis wagnerianos e straussianos.


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