Primeiro fascículo-áudio do Atlas de Poemas Reversíveis para rádio de Alvaro García de Zúñiga
>>> Quarta, 22 de Junho, 18:30, Jardim dos Sons, Goethe Institut, Lisboa
>>> Terça, 21 de Junho, 18:30, Ensaio público no mesmo lugar.
Para além da estreia mundial do primeiro número do Atlas Sonoro de Poemas Reversíveis a blablalab organiza no Jardim (dos Sons) do Goethe Institut, uma performance ao vivo e em diferido de café-rádio-teatro com os actores Matthias Breitenbach e Alínea B. Issilva.
Estes dois intérpretes vão acompanhar a obra sonora que consiste em versões áudio de uma série de poemas que, para dizê-lo de algum modo, chocam ou colidem contra um espelho. E, ao contrário de Alice, que consegue passar para o outro lado, os nossos poemas – de língua portuguesa e alemã (passando pelo espanhol e o francês - já se vai perceber porquê)– que “tão organizadinhos” se encontram ao ser ditos, ou melhor dito, performados na sua versão original, acabam por, uma vez alcançada a última sílaba, colidir contra o tal espelho que nos devolverá os ditos numa ordem – dever-se-ia dizer desordem – possívelmente surpreendente. E isto sem falar do ruído que possa vir a causar o dito espelho caso acabe por se partir.
Os tais poemas são uma espécie de pequena "antolojía". Sim, antolojía e não antologia. Porque o logos lógico que existe na palavra antologia, no nosso caso perde-se ou origina-se no espanhol e provém Manuelisticamente da palavra “antojo”, que é como quem diz “capricho”…, o capricho de Manuel (protagonista de um conhecido roman-fleuve ainda por editar) que “sonha com línguas rios, línguas que fluem como paisagens à janela de um comboio”. Por isso as línguas "percorridas" através dos poemas escolhidos são geograficamente contíguas mesmo se os seus autores vivem em continentes diferentes ou são, de nascença, estranhos a essas línguas.
Os participantes no projecto são 4 : Alínea Berlitz Issilva e Matthias Breitenbach, intérpretes ; Elsa Ferreira, quem além de directora de som é co-autora das idas e vindas dos poemas com Alvaro García de Zúñiga, o colaginoso (ou patchworquês) antologista atojadizo, ou seja o irresponsável final, e também pseudo-encenador desta performance que, aliás, é uma improvisação total.
Os poemas "percorridos" pelo road-hörspiel co-encenado por AGZ e os seus Manuéis, são dos autores : Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Alexandre O'Neill, Antonio Deltoro, Samuel Beckett, Ghérasim Luca, Ernst Jandl, Oskar Pastior, Peter Handke...
<<<<<selbisrever sameop - poemas reversibles>>>>> foi realizada para ser estreada no Jardim dos Sons do Goethe Institut de Lisboa no dia 22 de Junho 2011, às 18h30.
FICHA TÉCNICA
– Peça multilíngue. Concebida e realizada por Alvaro García de Zúñiga, para voz(es) & mais alguns sons. ± 54’
– Poemas de Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Alexandre O'Neill, DelToro, Samuel Beckett, Gherasim Luca, Ernst Jandl, Oskar Pastior...
– Alvaro García de Zúñiga, autor-realizador
– Intérpretes: Alínea B. Issilva, Matthias Breitenbach & Alvaro García de Zúñiga
– Edição final e misturas: Elsa Ferreira