Manuel em cena é um projecto auto-reflexivo que se inscreve na sequência dos meus outros textos (peças, prosas, poemas) e significa de certo modo para mim um segundo ciclo do meu teatro. O primeiro foi Actueur, três pequenos textos de "nem teatro" com os quais fechei, para assim dizer, o cíclo da minha "escrita teatral"; após o que, esse exercício, foi, de algum modo, relegado a uma função mais instrumental para constituir o pano de fundo de uma nova série de peças sobre temas como o erotismo, a morte, o poder, ou a noção de estrangeiro. Com Manuel em cena, o salto faz-se desta vez em várias direcções em simultâneo. Inncorporando a possibilidade de fazer "marcha atrás", através de uma espécie de "manual (de como se estar) sobre (uma) cena", recorrendo de forma permanente às minhas peças e textos anteriores mas também a toda outra fonte que se possa revelar interessante para este Manue(a)l.
Manuel em cena tem por material de base :
Leitura de um texto para o teatro
e todos os meus outros textos não-teatrais, e também textos relacionados com eles. Por exemplo : manuais e textos teóricos sobre o teatro e a representação (Stanislavski, Strassberg, M. Tchekhov, P. Brook, etc.) Outros textos teóricos sobre o pensamento e a linguagem tais como o Tractatus Logico-Philosophicus de Wittgenstein e as suas outras obras ; A palavra e a Coisa de W. V. O. Quine, etc. Outros textos teóricos (Posmodernismo para principiantes de R. Appignanesi / Ch. Garratt, La théorie du bordel ambiant de R. Moreno). Textos sobre física quântica e a inteligência artificial (La société de l’esprit de M. Minski, O cântico dos cânticos de Pharabod, Ortoli, etc.). Etc.