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(* Sem dúvida trata-se em parte de uma resposta a Avellaneda, quem burla-se de Cervantes ter citado no prólogo da primeira parte ao preste João das Indias e ao Imperador de Trapisonda (''«Y pues Miguel de Cervantes... está tan falto de amigos que cuando quisiera adornar sus libros con sonetos campanudos había de ahijarlos, como él dice, al preste Juan de las Indias o al emperador de Trapisonda...»'' (Avellaneda, I, p. 11)) | (* Sem dúvida trata-se em parte de uma resposta a Avellaneda, quem burla-se de Cervantes ter citado no prólogo da primeira parte ao preste João das Indias e ao Imperador de Trapisonda (''«Y pues Miguel de Cervantes... está tan falto de amigos que cuando quisiera adornar sus libros con sonetos campanudos había de ahijarlos, como él dice, al preste Juan de las Indias o al emperador de Trapisonda...»'' (Avellaneda, I, p. 11)) |
Revisão das 00h42min de 23 de Fevereiro de 2013
Começamos o 2º Livro !!!
Um projecto do São Luiz Teatro Municipal
comissariado por Alvaro García de Zúñiga e Teresa Albuquerque
Sessão 30 - Terça 5 de Março 2013 - Começamos o 2º Livro !!! :
Ao entrar na segunda parte do Quixote entramos de cheio no mundo da intertextualidade.
Esta está pressente já desde o prólogo, no qual refere a existência do Quixote apócrifo – conhecido também como o Quixote de Avellaneda –, a quem responde com grande altura pelos insultos que este dirigira-lhe no prólogo e ao largo de toda a sua falsa historia que fora publicada poucos meses antes da aparição da verdadeira segunda parte que Cervantes publica em 1615. Na dedicatória ao Conde de Lemos, vice-rei de Nápoles e mecenas, Cervantes sai do cânone tradicional do panegírico solene para inventar uma correspondência fictícia com o Imperador da China*, quem tinha decidido fundar um colégio espanhol do qual Cervantes seria o reitor, e no qual iria fazer estudar nele aos seus súbditos a língua castelhana lendo o Quixote. Convite este que é posto de parte pelo autor que, “emperador por emperador y monarca por monarca, en Nápoles tengo al grande conde de Lemos, que, sin tantos titulillos de colegios ni rectorías, me sustenta, me ampara y hace más merced que la que yo acierto a desear.”
Praticamente desde o começo iremos dar com personagens que já leram a primeira parte do livro, como vamos ver na próxima sessão, mas é propriamente desde o inicio da segunda parte que Cervantes da um claro destaque a Cide Hamete Benegeli como o verdadeiro narrador encarregado de contar-nos esta historia. Durante toda a primeira parte, Cide Hamete não tinha sido referido mais que em cinco ou seis ocasiões, mas de aqui em diante muito regularmente vai ser referida a sua função e autoridade. Relembremo-nos que dez anos passaram entre a aparição da primeira parte e a segunda que hoje começamos; mas na cronologia fictícia só passou-se pouco mas de um mes desde que tivera fim a segunda saída, quando o cura e o barbeiro trouxeram finalmente ao senhor Quijada à sua casa. Agora, pouco mais de um mes depois, eles vêm fazer-lhe uma visita e assim informar-se se tem melhorado o continua tão louco como sempre. Na conversa que completa o resto deste primeiro capítulo ficam expostas uma serie de características que dominarão a segunda parte: o aumento do dialogo, um rito da acção mais fluido e com uma maior “respiração”, e o facto de vermos a Dom Quixote interagir com os outros mais frequentemente num terreno que poderíamos descrever como mais “normal”. Mas claro que ao mesmo tempo, mais que nunca a relação entre a “loucura” e a “sanidade” de nosso cavaleiro será absolutamente crucial no decorrer das novas aventuras que hoje começam. Com efeito, a descrição do estado mental de Dom Quixote vai sendo cada vez mais apurada, até o ponto que poderíamos quase imagina-la feita pelo próprio Freud.
(* Sem dúvida trata-se em parte de uma resposta a Avellaneda, quem burla-se de Cervantes ter citado no prólogo da primeira parte ao preste João das Indias e ao Imperador de Trapisonda («Y pues Miguel de Cervantes... está tan falto de amigos que cuando quisiera adornar sus libros con sonetos campanudos había de ahijarlos, como él dice, al preste Juan de las Indias o al emperador de Trapisonda...» (Avellaneda, I, p. 11))
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