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A aventura dos leões que segue-se da a oportunidade a Dom Quixote de demonstrar ao cavaleiro do Verde Gabão o seu valor, a sua temeridade e não menos justificar o merecimento que suas “valorosas muitas e cristãs façanhas” têm de estar estampadas em livro. O tema do leão, alias, é um tema de livro: Um cavaleiro do leão – Yvain – ja tinha sido escrito por Chrétien de Troyes, e vários leões figuram entre os clássicos da cavaleria para salientar o valor do herói, desde o Amadís de Gaula, clássico dos clássicos, até o Palmerín de Oliva, passando pelo Primaleón, pelo Belanís e vai-se saber ainda quantos outros. O episodio, então, entrelaça ao perigo real o mundo da fantasia, e tendo “triunfado” o da Triste Figura, nada parece mais merecido que reclame, a partir de agora, ser reconhecido como Cavaleiro dos Leões.  
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A aventura dos leões que segue-se, da a oportunidade a Dom Quixote de demonstrar ao cavaleiro do Verde Gabão o seu valor, a sua temeridade e não menos justificar o merecimento que suas “valorosas muitas e cristãs façanhas” têm de estar estampadas em livro. O tema do leão, alias, é um tema de livro: Um cavaleiro do leão – Yvain – ja tinha sido escrito por Chrétien de Troyes, e vários leões figuram entre os clássicos da cavaleria para salientar o valor do herói, desde o Amadís de Gaula, clássico dos clássicos, até o Palmerín de Oliva, passando pelo Primaleón, pelo Belanís e vai-se saber ainda quantos outros. O episodio, então, entrelaça ao perigo real o mundo da fantasia, e tendo “triunfado” o da Triste Figura, nada parece mais merecido que reclame, a partir de agora, ser reconhecido como Cavaleiro dos Leões.  
  
  
Mas o génio de Cervantes, uma vez mais, surpreende-nos na contraposição dos modelos, e o que a priori aparece como um episodio marcado e que resulta pela ingenuidade e o delírio de Dom Quixote, pronto deixa entrever um outro ângulo. Opondo assim, ao modelo dos clássicos com que sonha o Quixote o facto de este vir andando pelo caminho, e não elo coração do bosque, o faço que a fera esteja enjaulada e não em liberdade reforçando ainda mais pela aussencia de iminente perigo o desnecessario do desafio. As prudentes advertências dos acompanhantes, não fazem mais que sublinhar que esta “mítica aventura”, finalmente, é um episodio que nos é apresentado com realismo e veracidade. Não esqueçamos que aventura dos leões começa pelo parodia dos requeijões que Sancho põe no elmo de Dom Quixote...
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Mas o génio de Cervantes, uma vez mais, surpreende-nos na contraposição dos modelos, e o que a priori aparece como um episodio marcado e que resulta pela ingenuidade e o delírio de Dom Quixote, pronto deixa entrever um outro ângulo. Opondo assim, ao modelo dos clássicos com que sonha o Quixote o facto de este vir andando pelo caminho, e não "pelo coração do bosque"; o faço que a fera esteja enjaulada e não em liberdade reforçando ainda mais pela aussencia de iminente perigo o desnecessario do desafio. As prudentes advertências dos acompanhantes, não fazem mais que sublinhar que esta “mítica aventura”, finalmente, é um episodio que nos é apresentado com realismo e veracidade. Não esqueçamos que aventura dos leões começa pelo parodia dos requeijões que Sancho põe no elmo de Dom Quixote...
  
  

Revisão das 13h07min de 24 de Maio de 2013


Um projecto do São Luiz Teatro Municipal

comissariado por Alvaro García de Zúñiga & Teresa Albuquerque



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Sessão 36 – Terça 28 de Maio de 2013 – Leitura dos capítulos 17 e 18 da Segunda Parte do Ingenioso Cavaleiro Dom Quixote de la Mancha."


Convidados :


… “alzando don Quijote la cabeza vio que por el camino por donde ellos iban venía un carro lleno de banderas reales; y creyendo que debía de ser alguna nueva aventura, a grandes voces llamó a Sancho que viniese a darle la celada. El cual Sancho, oyéndose llamar, dejó a los pastores y a toda priesa picó al rucio y llegó donde su amo estaba, a quien sucedió una espantosa y desatinada aventura.”

Final do cap.16 (DQII)



A aventura dos leões que segue-se, da a oportunidade a Dom Quixote de demonstrar ao cavaleiro do Verde Gabão o seu valor, a sua temeridade e não menos justificar o merecimento que suas “valorosas muitas e cristãs façanhas” têm de estar estampadas em livro. O tema do leão, alias, é um tema de livro: Um cavaleiro do leão – Yvain – ja tinha sido escrito por Chrétien de Troyes, e vários leões figuram entre os clássicos da cavaleria para salientar o valor do herói, desde o Amadís de Gaula, clássico dos clássicos, até o Palmerín de Oliva, passando pelo Primaleón, pelo Belanís e vai-se saber ainda quantos outros. O episodio, então, entrelaça ao perigo real o mundo da fantasia, e tendo “triunfado” o da Triste Figura, nada parece mais merecido que reclame, a partir de agora, ser reconhecido como Cavaleiro dos Leões.


Mas o génio de Cervantes, uma vez mais, surpreende-nos na contraposição dos modelos, e o que a priori aparece como um episodio marcado e que resulta pela ingenuidade e o delírio de Dom Quixote, pronto deixa entrever um outro ângulo. Opondo assim, ao modelo dos clássicos com que sonha o Quixote o facto de este vir andando pelo caminho, e não "pelo coração do bosque"; o faço que a fera esteja enjaulada e não em liberdade reforçando ainda mais pela aussencia de iminente perigo o desnecessario do desafio. As prudentes advertências dos acompanhantes, não fazem mais que sublinhar que esta “mítica aventura”, finalmente, é um episodio que nos é apresentado com realismo e veracidade. Não esqueçamos que aventura dos leões começa pelo parodia dos requeijões que Sancho põe no elmo de Dom Quixote...


Por último, não deixemos escapar o facto que o “tradutor” chame a atenção ao louvor do cavaleiro feito pelo “autor” desta historia. Outra forma de Cervantes afirmar e confirmar o aprofundamento e a complexidade da evolução do carácter do personagem que vá do Quixote da primeira parte a este, e dentro da qual, o temerário acto dos leões não é em nada alheio.


Seguem-se quatro dias em casa do do Verde Gabão. Neles, Dom Diego e o seu filho, Dom Lourenço, antecipam aquilo que durante quatrocentos anos todos os leitores do Quixote não deixaram de ponderar: a questão de decidir se Dom Quixote é louco ou não. Chegando Cervantes a incluir modelos de leitura que não deixam de lado a observação do intervalo lúcido e da loucura misturados.


Nesses dias tomamos contacto com as dotes poéticas de Lourenço, que se por um lado servem para “adocicar” a causa da cavalaria andante tão ardentemente defendida por Dom Quixote, por outro, a traves do soneto dedicado a Píramo e Tisbe, e introducido o tema do amor e seus obstáculos que serão largamente desenvolvidos nos capítulos e nas historias de Quiteria, Basilio e o rico Camacho que se seguem.

AGZ


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links úteis :

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