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Desde o mesmo parágrafo em que conhecemos a Sancho – e já passaram desde então 90 capítulos, um prólogo e mais de dez anos – Dom Quixote prometeu dar-lhe o governo de uma ínsula.  
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Yo he dado en Don Quijote pasatiempo
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al pecho melancólico y mohíno
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en cualquiera sazón, en todo tiempo…
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'''Cervantes'''
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'''''Viaje del Parnaso'''''.
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Muito se tem escrito, elaborado e interpretado sobre este episodio que sem dúvida é muito especial.
 
  
  
Desde a consideração de Barataria como lugar utópico no qual triunfa a razão natural sobre a imposição, até a representação carnavalesca do mundo que contem. Mas Barataria não parece querer representar uma situação de mundo ao inverso, e desde o começo Cervantes parece querer dar isso a entender ao por essas primeiras reflexões sobre o abuso no uso de títulos, neste caso do dom – um bocado ao modo que hoje em dia se estende o senhor doutor em qualquer bar lisboeta, não é verdade senhor ingenheiro? – nas palavras de Sancho. Estas, alem de surgir em conformidade com ideias que deviam ser conformes a um dos tópicos da Espanha do 1600, também dão-nos de começo uma clara pista que o governo de Sancho será surpreendentemente sensato.
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No original, Cervantes começa o capítulo 48 da segunda parte do Quixote assinalando mais uma vez que a passagem entre dois episódios não coincide necessariamente com a divisão dos capítulos. Neste caso, además, Cervantes, que começa justamente por este mesmo adverbio, faz alusão directa ao comentário que ele mesmo tinha feito nos versos 22 a 24 do quarto capítulo do seu Viaje del Parnaso. Se faltasse ainda alguma prova do monumental puzzle de materiais e (auto)referencias com o qual o autor compus este livro ímpar, fique aqui mais uma pequena amostra.  
  
  
Assim ao flamante governador são-lhe expostos três primeiros pleitos. O primeiro deles muito provavelmente seja tirado da tradição oral, se esse for o caso, Cervantes tira partido duplamente,  já que, primeiro o eleva a categoria de “literário”, mas também de este modo deixa aberta a possibilidade de que Sancho conhecesse a historia por esta fazer parte do folklore hispano, e assim soubesse como resolve-lo de modo tão “salomónico”. Os que lhe seguem, por sua vez, provém da tradição escrita, o do báculo aparece em várias compilações de livros de Exempla  - ao modo das Historias Ejemplares do proprio Cervantes – e o da mulher supostamente violada e referido num compendio de 1531 de fray Francisco de Osuna: Norte de los estados.  
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O recurso a digressão, además, mostra também a autonomia que Sancho tem ganhado nesta segunda parte da obra, até chegar a plena independência nestes capítulos referentes a ínsula Barataria. Sem ele, o seu lugar será neste capítulo ocupado pela Dona Rodrigues, e o capítulo todo será composto como se de um passo de entremez se tratasse. E não faltara nele nenhum dos ingredientes com os quais estes eram construídos, nem a lembrança clássica aos amores, nem a critica as donas, nem as figuras estranhas e tipificadas, e nem sequer o final a escuras e o enxerto de porrada.
  
  
Mas dar resolução a estes casos pressupõe uma sagacidade e inteligência muito acima da media que nos leva seja a evocar o louco clarividente erasmiano, seja imaginar que estas vinham também da tradição oral. Segundo os preceitistas da época os escritores deviam manter-se dentro do verosímil, e Cervantes não ignorava esta regra, mas como veremos mais para frente, todo este grupo de capítulos que contam a governança de Sancho na Barataria, assentam no principio do “burlador burlado” como até virá a confessar o mordomo do duque no capítulo 49. O leitor, deste modo, se não fica do lado do burlado, fica, pelo menos, do lado do desconcerto.
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Además, ainda há mais: sobre esta teia, Cervantes, pinta ainda certos elementos essenciais e característicos de toda a obra. Assim, o cavaleiro que espera ver-se confrontado com Altisidora para encontrar-se frente a uma Dona que por sua vez confunde com uma aparição diabólica reflecte perfeitamente o contraste entre a imaginação e a realidade, e bem que possa parecer atenuado, não difere em muito com quem confunde rebanhos com exércitos ou molinhos com gigantes.
  
  
Intercalam-se com a governança os acontecimentos no palácio entre DQ e Altisidora. DQ  tenta acalmar os ardores da apaixonada donzela retribuindo o canto. Mas enquanto o faz a sua estancia é alvo de uma invasão inesperada, que dará lugar a uma “desigual batalla” entre o cavaleiro e um tropel de gatos. Um ataque vil, que só poderia vir da mão de encantadores ciumentos e perversos. Os arranhões serão tais que durante sete dias o nosso herói não poderá aparecer em público.
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Cervantes não se priva, nem nos priva a nos, de incluir dentro desta historia outras historias e situações que ficam nela encaixadas, como é o caso de, dentro da historia d Dona e a da filha que ela vai-nos contar, incluir a do marido, ou a do aguazil, dando com isto, además, um ar de sucesso real àquilo que é referido. Também não deixa de tocar no tema das relações entre classes sociais, assunto este que reaparece uma e outra vez de maneira mais ou menos explícita e especialmente neste período no palácio e, dentro deste, aquele que é o da estancia de Sancho na ínsula. Tudo um jogo de caixas chinesas onde as coisas e os temas e assuntos se encaixam os uns nos outros.
  
  
O regresso a Barataria se faz a traves de um tema tradicional, o da comida escamoteada, que fora tratado em imensos relatos e entremeses, e que faz parte da tradição oral. Cervantes parece querer indicar-nos isto mesmo ao representar outra vez o tema, que já tinha sido tratado no episodio das bodas de Camacho, mas esta vez faze-lo num tom que é inequivocamente o da representação teatral. Cervantes encena assim a “conspiração infernal” com a qual o possuidor de riqueza – o duque –, ao que vem somar-se o detentor de saber – o médico –, conseguem submeter ao indigente e indefeso estômago de Panza. Ainda mais que nas cenas judicias estamos no terreno da burla.  
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Neste caso, Cervantes chega incluso a referir a cumplicidade e aliança entre a nobreza e o campesinos ricos, tema típico de boa parte do teatro da época, ao fazer-nos saber que o duque não intervenha na demanda de Dona Rodrigues devido a que o pai do sedutor da filha «le presta dineros y le sale por fiador de sus trampas...».
  
  
Seguir-se-ão os impertinentes pedidos do lavrador Miguel Turra e o próprio Cervantes vincula os episódios: “Mais um Tirteafora temos!”, mas Sancho terá dado os primeiros sinais de desengano em relação as delicias e maravilhas do poder. A sua paciência não parece ser tão sólida quanto o mostrou ser o seu engenho, enfurece-se frente ao lavrador ameaçando romper-lhe a cabeça – como já tinha feito frente ao médico – e Cervantes sublinha subtilmente esta sua perca de controlo a traves da linguagem: Sancho abandona os cultismos que tinha utilizado no tribunal para refugiar-se alinhando refrães e assim deixando de seguir os conselhos do seu amo.
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Además, o que no começo da obra parecia afectar só a Sancho, a saber o contagio da loucura de Dom Quixote, parece ir afectando já agora em maior ou menor medida a todos aqueles que de um modo ou outro se relacionam com o nosso cavaleiro. Como já sabemos uns intentando fazer voltar o herói a realidade, outros com a escusa das burlas, e outros ainda, como Dona Rodrigues, quase que directamente: dir-se-ia que a loucura de Dom Quixote atrai e revela outras loucuras e com isto parece como se a realidade de mais em mais coincidisse com a loucura e paradoxalmente só a mistura de ambas permitisse encontrar uma solução positiva aos assuntos, aquilo que hoje chamamos sustentabilidade...
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Chegamos assim a ronda nocturna de Sancho. Com ela, no capítulo 49 Cervantes volta a encontrar-se uma vez mais com o problema de como fazer para dar credibilidade ao facto de ter que atribuir ao iletrado escudeiro uma linguagem que dificilmente lhe seria natural. E outra vez encontra uma solução brilhante e original: “Todos los que conocían a Sancho Panza – nos diz Cervantes – se admiraban oyéndole hablar tan elegantemente y no sabían a qué atribuirlo, sino a que los oficios y cargos graves o adoban o entorpecen los entendimientos”. E uma vez mais, o autor que tinha passado por encontrar até “soluções apócrifas” e de atribuição duvidosa, consegue surpreender-nos com o seu leque de invenções, sempre geniais e únicas. O tema da ronda já aparecia em alguma novela picaresca e em alguns entremezes, nestas obras as rondas dão lugar a uma profusão de burlas que sofrem guardas e alguazis de justiça que neles se encontram. Dos três casos que Cervantes expõe na Barataria, só parece fazer referencia a esse mundo o cómico dialogo entre o governador e o jovem “tecelão de ferros de lanças” – expressão esta alias, que muito provavelmente tenha conotações eróticas sobre tudo que depois faz referencia a um provável futuro encontro nessa saída a “apanhar ar” a qual o moço se dizia destinado.
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Um tom muito diferente tem os outros dois o do jogador ganancioso e o terceiro, o mais desenvolvido deles todos e que não deixa de relembrar até na sua apresentação as historias e  aventuras novelescas. A linda jovem vestida de homem, tão referenciada em toda a literatura da novela de aventuras e dos comediógrafos da época – basta pensar no próprio Cervantes do Persiles e no Shakespeare da maioria das suas comedias – tal vez tente fazer o leitor predispor-se a algum enredo sentimental ao estilo do de Dorotea. Assim,. Incluso, parece entender-lo o próprio Sancho «¿...no os ha sucedido otro desmán alguno, ni celos, como vos al principio de vuestro cuento dijistes, no os sacaron de vuestra casa?» mas não haverá tal e a aventura à qual podia esperar encontrar-se o leitor revela-se uma simples escapadela infantil : Barataria finalmente não é o mundo do revês nem a ilha da Utopia, nem tão pouco um lugar no qual se de nascimento a quaisquer aventura ou enredo literário.
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Uma última remarca, muito pessoal e sem nenhuma base de sustentação: e não será a ronda nocturna de Sancho que em certo modo tenha dado origem ao maravilhoso quadro de Rembrandt pintada por volta de 1640-42? A pesar do serio ao que a célebre pintura parece referir, o facto de nele se encontrar só uma jovem – que disse-se poder ser o retrato da primeira mulher do artista morta de tuberculose nesse mesmo ano de 42 – entre todos os homens finalmente bem poderia ser uma ligeira pista. E nos conhecemos muito bem e já temos falado muito das maravilhosas edições tempranas do Quixote em flandres...
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AGZ
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23 Fevereiro 2013.  
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<div class=direita> AGZ – 7 de Fevereiro de 2013. </div class=direita>
 
  
  

Revisão das 20h29min de 23 de Fevereiro de 2014


Um projecto do São Luiz Teatro Municipal

comissariado por Alvaro García de Zúñiga, José Luis Ferreira & Teresa Albuquerque



Ronda nocturna.jpg



Sessão 49 – Segunda, 24 de Fevereiro de 2014, 21:00 – Leitura dos capítulos 48 e 49 da Segunda Parte do Engenhoso Cavaleiro Dom Quixote de la Mancha."



Yo he dado en Don Quijote pasatiempo al pecho melancólico y mohíno en cualquiera sazón, en todo tiempo… Cervantes Viaje del Parnaso.



No original, Cervantes começa o capítulo 48 da segunda parte do Quixote assinalando mais uma vez que a passagem entre dois episódios não coincide necessariamente com a divisão dos capítulos. Neste caso, además, Cervantes, que começa justamente por este mesmo adverbio, faz alusão directa ao comentário que ele mesmo tinha feito nos versos 22 a 24 do quarto capítulo do seu Viaje del Parnaso. Se faltasse ainda alguma prova do monumental puzzle de materiais e (auto)referencias com o qual o autor compus este livro ímpar, fique aqui mais uma pequena amostra.


O recurso a digressão, además, mostra também a autonomia que Sancho tem ganhado nesta segunda parte da obra, até chegar a plena independência nestes capítulos referentes a ínsula Barataria. Sem ele, o seu lugar será neste capítulo ocupado pela Dona Rodrigues, e o capítulo todo será composto como se de um passo de entremez se tratasse. E não faltara nele nenhum dos ingredientes com os quais estes eram construídos, nem a lembrança clássica aos amores, nem a critica as donas, nem as figuras estranhas e tipificadas, e nem sequer o final a escuras e o enxerto de porrada.


Además, ainda há mais: sobre esta teia, Cervantes, pinta ainda certos elementos essenciais e característicos de toda a obra. Assim, o cavaleiro que espera ver-se confrontado com Altisidora para encontrar-se frente a uma Dona que por sua vez confunde com uma aparição diabólica reflecte perfeitamente o contraste entre a imaginação e a realidade, e bem que possa parecer atenuado, não difere em muito com quem confunde rebanhos com exércitos ou molinhos com gigantes.


Cervantes não se priva, nem nos priva a nos, de incluir dentro desta historia outras historias e situações que ficam nela encaixadas, como é o caso de, dentro da historia d Dona e a da filha que ela vai-nos contar, incluir a do marido, ou a do aguazil, dando com isto, además, um ar de sucesso real àquilo que é referido. Também não deixa de tocar no tema das relações entre classes sociais, assunto este que reaparece uma e outra vez de maneira mais ou menos explícita e especialmente neste período no palácio e, dentro deste, aquele que é o da estancia de Sancho na ínsula. Tudo um jogo de caixas chinesas onde as coisas e os temas e assuntos se encaixam os uns nos outros.


Neste caso, Cervantes chega incluso a referir a cumplicidade e aliança entre a nobreza e o campesinos ricos, tema típico de boa parte do teatro da época, ao fazer-nos saber que o duque não intervenha na demanda de Dona Rodrigues devido a que o pai do sedutor da filha «le presta dineros y le sale por fiador de sus trampas...».


Además, o que no começo da obra parecia afectar só a Sancho, a saber o contagio da loucura de Dom Quixote, parece ir afectando já agora em maior ou menor medida a todos aqueles que de um modo ou outro se relacionam com o nosso cavaleiro. Como já sabemos uns intentando fazer voltar o herói a realidade, outros com a escusa das burlas, e outros ainda, como Dona Rodrigues, quase que directamente: dir-se-ia que a loucura de Dom Quixote atrai e revela outras loucuras e com isto parece como se a realidade de mais em mais coincidisse com a loucura e paradoxalmente só a mistura de ambas permitisse encontrar uma solução positiva aos assuntos, aquilo que hoje chamamos sustentabilidade...

Chegamos assim a ronda nocturna de Sancho. Com ela, no capítulo 49 Cervantes volta a encontrar-se uma vez mais com o problema de como fazer para dar credibilidade ao facto de ter que atribuir ao iletrado escudeiro uma linguagem que dificilmente lhe seria natural. E outra vez encontra uma solução brilhante e original: “Todos los que conocían a Sancho Panza – nos diz Cervantes – se admiraban oyéndole hablar tan elegantemente y no sabían a qué atribuirlo, sino a que los oficios y cargos graves o adoban o entorpecen los entendimientos”. E uma vez mais, o autor que já tinha passado por encontrar até “soluções apócrifas” e de atribuição duvidosa, consegue surpreender-nos com o seu leque de invenções, sempre geniais e únicas. O tema da ronda já aparecia em alguma novela picaresca e em alguns entremezes, nestas obras as rondas dão lugar a uma profusão de burlas que sofrem guardas e alguazis de justiça que neles se encontram. Dos três casos que Cervantes expõe na Barataria, só parece fazer referencia a esse mundo o cómico dialogo entre o governador e o jovem “tecelão de ferros de lanças” – expressão esta alias, que muito provavelmente tenha conotações eróticas sobre tudo que depois faz referencia a um provável futuro encontro nessa saída a “apanhar ar” a qual o moço se dizia destinado.


Um tom muito diferente tem os outros dois o do jogador ganancioso e o terceiro, o mais desenvolvido deles todos e que não deixa de relembrar até na sua apresentação as historias e aventuras novelescas. A linda jovem vestida de homem, tão referenciada em toda a literatura da novela de aventuras e dos comediógrafos da época – basta pensar no próprio Cervantes do Persiles e no Shakespeare da maioria das suas comedias – tal vez tente fazer o leitor predispor-se a algum enredo sentimental ao estilo do de Dorotea. Assim,. Incluso, parece entender-lo o próprio Sancho – «¿...no os ha sucedido otro desmán alguno, ni celos, como vos al principio de vuestro cuento dijistes, no os sacaron de vuestra casa?» – mas não haverá tal e a aventura à qual podia esperar encontrar-se o leitor revela-se uma simples escapadela infantil : Barataria finalmente não é o mundo do revês nem a ilha da Utopia, nem tão pouco um lugar no qual se de nascimento a quaisquer aventura ou enredo literário.

Uma última remarca, muito pessoal e sem nenhuma base de sustentação: e não será a ronda nocturna de Sancho que em certo modo tenha dado origem ao maravilhoso quadro de Rembrandt pintada por volta de 1640-42? A pesar do serio ao que a célebre pintura parece referir, o facto de nele se encontrar só uma jovem – que disse-se poder ser o retrato da primeira mulher do artista morta de tuberculose nesse mesmo ano de 42 – entre todos os homens finalmente bem poderia ser uma ligeira pista. E nos conhecemos muito bem e já temos falado muito das maravilhosas edições tempranas do Quixote em flandres...


AGZ

23 Fevereiro 2013.




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