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Edição actual desde as 11h33min de 22 de Junho de 2014
Um projecto do São Luiz Teatro Municipal
comissariado por Alvaro García de Zúñiga e Teresa Albuquerque
Sessão 17 – 19 Junho, 21:00
Leitura dos capítulos 30 e 31 (História da princesa Micomicona – DQ e Sancho – Sancho e Dulcinea – o reencontro com Andrés) (21’ + 20’)
Tema : A ficção da realidade e a realidade da ficção. A “existência” (A carta de DQ a Dulcinea – o “dito” por Sancho : o solilóquio como realidade)
Tal como Cardénio, Doroteia conta a sua história ao barbeiro e ao cura, que a encontram na mesma serra onde procuram D. Quixote para o convencer a voltar para a sua aldeia. Doroteia, plebeia mas instruída na leitura de muitos livros de cavalarias, e de espírito cortesão, rapidamente se junta ao plano dos dois de encenar uma história de princesa em apuros que leve D. Quixote a seguí-la e a regressar a casa. Assim surge a princesa Micomicona e mais uma rede de enganos e travestimentos de que Sancho – que reaparece depois de supostamente ter entregue a carta do seu amo a Dulcineia – também será vítima para grande divertimento do barbeiro e do cura. O plano a que Doroteia dá corpo acrescenta mais um nível à já complexa história do Quixote ao recriar, no plano da “realidade”, a “ficção” dos livros de cavalarias. O mundo imaginário do nosso cavaleiro é reinventado pelos seus amigos numa tentativa de o resgatarem para a realidade. Confuso? De tal forma que o nosso convidado desta sessão de 19 de Junho é também ele imaginário, ou não...
Para mostrar que os nossos personagens estão tão perplexos como nós nesta fase da história, heis um excerto de um diálogo do capítulo XXX entre o cura e Cardénio, na tradução de José Bento, em que o próprio Cervantes se pisca o olho fazendo-se comentar por um dos seus personagens:
Cura : "Mas – não é coisa estranha ver com quanta facilidade este desventurado fidalgo acredita em todas estas invenções e mentiras, somente porque têm o mesmo estilo e jeito das patranhas dos livros que leu?
– É verdade – disse Cardénio –, e é coisa rara e nunca vista que não sei se querendo inventá-la e fabricá-la com mentiras, haveria uma inteligência tão penetrante que pudesse criá-la. "
Leitores : José Luís Ferreira & Alínea B. Issilva, participantes inscritos e outros voluntários.
Comentários e conversa com o público
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