Sessão 59 – Segunda, 21 de Julho de 2014, 21:00 – Leitura dos capítulos 72, 73 e 74 da Segunda Parte do Engenhoso Cavaleiro Dom Quixote de la Mancha."

Álvaro Tarfe e a mudança de história – DQ desmente Avellaneda – o regresso a casa – a pendência dos dois garotos – os dois presságios – a nova Arcádia – o acabamento de DQ – DQ volta a ser Alonso Quijano – o testamento – a morte – a despedida de Cide Hamete.

O nosso convidado de hoje Xaquín Nuñez Sabarís veio no início do nosso ciclo comentar o prólogo e virá comentar nesta sessão as Anotaciones sobre el Don Quijote de Alvaro García de Zúñiga.

Caros Quixotes, queridos Leitores,

Depois de quase 3 anos chegamos ao termo do projeto que Alvaro García de Zúñiga, José Luís Ferreira e eu com eles, empreendemos.

Foi uma espécie de périplo, mas sem regresso possível, uma caminhada em que se confundiram intensamente vidas presentes e ausentes, passadas e futuras, reais e imaginárias. Como depois de qualquer grande espetáculo sentimos que nada será como dantes.

Pela parte que me toca depois de tudo isto Cervantes passou a fazer indelevelmente parte da minha vida. O Alvaro já fazia, claro. E agora também cada um de vós.

Não é fácil passar por um Quixote assim, inventado por um Cervantes magnificado por um Alvaro, creio que como em tudo o que o Alvaro fazia, chegámos bem perto do limite do que era possível, fazer e esperar de uma aventura assim.

Nas suas notas sobre o Quixote, o Alvaro dizia que gostava de pensar que Cervantes e Shakespeare tinham morrido no mesmo dia (e até no mesmo segundo!) tal como rezou a lenda oficial durante algum tempo. Ironia, ou não, o Alvaro conseguiu morrer nas mesmas datas de ambos: a 22 como Cervantes e oficialmente no dia 23, como Shakespeare, oficialmente. Acho que isso é seguramente algo que o diverte e que para ele tem o maior sentido, mesmo sem. Aquilo que eu gostaria de fazer de aqui para diante - faz amanhã 3 meses que Alvaro nos deixou - é precisamente dar sentido a estes incidentes, que coincidem nas nossa vidas. A questão não é saber se as coisas acontecem ou não por acaso mas o que é que fazemos com isso.

Assim vou transformar a nossa associação virtual blablaLab numa verdadeira associação, reformular o site, promover projetos do Alvaro e afins, sendo que para já para já estou a preparar para edição o último livro em que o Alvaro estava a trabalhar o seu “Manuel”.

Quanto a nós, à boa maneira alvariana, gostávamos sempre de fazer tudo. É excelente a ideia do Luís Miranda de nos atacarmos ao Orlando o Furioso, apenas o poema mais longo que existe – algo para se fazer numas 46 sessões – o mesmo número de cantos que tem o livro. Era bonito para começar este semestre, em que a Itália preside a União. Não tendo cá o Alvaro com a sua curiosidade e erudição inesgotáveis, diria que precisávamos de ser vários a conduzir essa comunidade.

Queríamos também, em 2015, na rentrée, fazer uma comunidade para ler a peça de Cervantes “A Numância” que o Alvaro ia encenar com a companhia de Teatro Rainha.

Só no repositório de projetos do Alvaro temos já várias vidas ocupadas. Mas ainda sim teremos também de inventar novas coisas. A página no fb vai continuar, o(s) nosso(s) emails vão continuar, agora é só organização e vontade, muita vontade – o entusiasmo! A doença crónica e contagiosa do Alvaro.

Brindemos então ao entusiasmo!

Até dia 21!

Abraço

Teresa

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